Cirurgia em criança é sempre assustadora, especialmente quando é no seu filho. O que fazer para contribuir com uma cirurgia de sucesso?
A notícia de que a criança necessitará de uma cirurgia sempre desperta preocupações e aflições nas famílias. É necessário que os cuidadores estejam bem-informados e seguros e para isso a confiança na equipe cirúrgica é fundamental.
Como me preparar para ajudar meu filho nas 3 fases?
A consulta é muito importante para esclarecer a respeito da doença e da necessidade de cirurgia em crianças, porém muitas vezes por ser um momento de aflição da família algumas informações podem não ser bem absorvidas. Por isso eventualmente pode ter necessidade de novas consultas ou materiais adicionais com fins de reforçar as informações.
Se informar pela internet através de blogs e sites de especialistas também é importante, porém a consulta com o especialista é essencial, pois cada paciente tem suas particularidades e o grau da doença, bem como as possibilidades cirúrgicas e os riscos podem variar.
Após a consulta o paciente passará por 3 fases até a cirurgia e recuperação, divido as mesmas para facilitar a compreensão:
1- Pré operatório:
Este período da cirurgia em crianças compreende desde o diagnóstico e indicação de cirurgia até o dia do procedimento. Nessa fase são realizados, quando necessários, exames, preparos medicamentosos, avaliações por outros especialistas e controles de doenças pré-existentes para diminuir o risco da cirurgia em criança.
É importante consultas e retornos com o cirurgião quantas vezes necessárias para que o procedimento seja feito em segurança e que tanto o paciente quanto sua família se sintam seguros com o cirurgião e sua equipe.
A escolha do hospital também é importante. Sempre recomendo um hospital que seja da confiança da equipe cirurgica e da família. Caso tenha dúvida peça para fazer uma visita ao local da cirurgia, se for possível.
Para maior segurança da cirurgia em crianças é importante ser entregue o termo de consentimento cirurgico, onde constam informações como o nome da cirurgia, seus riscos e benefícios além de um detalhamento de outros procedimentos que eventualmente precisem ser realizados no ato cirurgico. Família bem informada também é importante para o sucesso do procedimento.
2- Dia da cirurgia
Em bebês e crianças a grande maioria dos procedimentos – mesmo os de pequeno porte são realizados sob anestesia geral para maior segurança e menos riscos de despertares abruptos. Por isso é essencial o jejum na cirurgia em criança, que varia com o tipo de dieta do paciente e necessita ser bem orientado pela equipe assistente. Como as crianças em geral não toleram jejum prolongado sempre que possível optamos por agendar os procedimentos pela manhã.
Também é importante chegar cerca de 1 a 2 horas antes do procedimento, ou exatamente no horário combinado com o cirurgião ou com o hospital. Atrasos podem implicar em adiamento ou cancelamento da cirurgia.
O que não esquecer de levar no dia da cirurgia:
- Documentos pessoais da criança e do responsável.
- Cartão de saúde SUS ou do convênio.
- Medicamentos de uso pessoal/contínuo, caso houver.
- Um objeto de apego da criança se possível – traz mais segurança e confiança.
Ao ser encaminhado para o centro cirúrgico desejamos que a experiência da cirurgia na criança seja a menos traumática possível, por isso durante o tempo que estiver acordada o paciente estará sempre acompanhada por um adulto responsável de confiança e se possível orientamos que as famílias se preparem para passar bastante segurança e confiança para seus pequenos!
O tempo total do procedimento varia com o porte cirúrgico, a complexidade da anestesia e mesmo em procedimentos iguais podem variar de paciente para paciente.
No final do procedimento a criança é encaminhada para um local de recuperação cirúrgica que pode ser dentro do centro cirúrgico ou na UTI, de acordo com o porte da cirurgia ou existência de doenças ou fatores de gravidade. Este local será definido em conjunto com a equipe anestésica e será definido baseado em riscos e indicações na literatura.
Após despertar da anestesia a criança estará acompanhada de seu responsável e retornará às suas funções prévias (caminhar, comer, falar, andar) em velocidades que variam com o tipo de cirurgia. Por exemplo cirurgia em criança pequena como hérnias e postectomias a recuperação costuma se dar em poucas horas com alta no mesmo dia e cirurgias maiores como intestinais pode se levar mais um tempo (dias) para se retornar.
Os critérios de alta hospitalar mais importantes são a possibilidade de realizar analgesia ou medicações via oral sem prejuízo no tratamento, estar se alimentando regularmente e quadros de infecção sob controle.
3– Pós-operatório:
É um período da cirurgia em criança que compreende desde a saída da sala de cirurgia até a retomada completa das atividades do paciente. Dessa maneira este período varia com o procedimento, mas oscila em torno de 1 mês.
A recuperação e a intensidade da dor variam com o porte da cirurgia e outras particularidades. Normalmente bebês e crianças menores se recuperam mais rapidamente devido a maior velocidade de cicatrização, entre outros fatores.
Complicações podem ocorrer e vão depender da qualidade do preparo pré operatório, bem como do porte da cirurgia e das comorbidades do paciente.
Após a alta mesmo paciente submetidos a pequenos procedimentos necessitam avaliação pós-operatória e orientações de onde procurar ajuda em caso de urgência. Desejo que tenha um cirurgião de confiança, que mesmo caso surjam imprevistos seu filho (a) estará bem assistido e você mais tranquilo!
Caso precise de um cirurgião de confiança, conte comigo!
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